quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Nanociência, Nanotecnologia, Nanobiotecnologia e Saúde


Nanobiotecnologia e Saúde
Zulmira Lacava e Paulo Morais

A nanotecnologia está ligada à manipulação da matéria em escala nanométrica, ou seja, uma escala tão pequena quanto a de um bilionésimo do metro. Na escala nanométrica, os átomos revelam características peculiares, podendo apresentar tolerância à temperatura, cores, reatividade química, condutividade elétrica, ou mesmo exibir força de intensidade extraordinária. Estas características explicam o interesse industrial pelos nanomateriais que já são fabricados em toneladas para emprego em cosméticos, tintas, revestimentos, tecidos, catalisadores ou para proporcionar mais resistência aos materiais.

Multidisciplinar por natureza, a nanotecnologia tem o potencial de revolucionar amplamente vários campos tecnológicos e científicos, como os da biologia, da física, química e engenharia. Quando aplicada às ciências da vida recebe o nome de nanobiotecnologia. As proposições da nanobiotecnologia são inúmeras e falar delas pode, muitas vezes, parecer que se está descrevendo cenas de um filme de ficção científica.
No fantástico mundo da nanobiotecnologia será possível a invenção de dispositivos ultrapequenos que, usando conhecimentos da biologia e da engenharia, devem examinar, manipular ou imitar os sistemas biológicos. Assim, superfícies nanofabricadas com padrões estruturais poderiam fazer crescer artificialmente ilhas pancreáticas e reverter os efeitos da diabetes. Outros nanodispositivos poderiam funcionar como kits de reparo de neurônios para pessoas com mal de Parkinson ou doença de Alzheimer.
Certos dispositivos minúsculos seriam capazes de percorrer todo o organismo para encontrar e destruir vírus ou células cancerosas, reparar danos feitos pela radiação; outros poderiam transportar de forma ultraespecífica drogas diretamente para o alvo. Determinados dispositivos médicos, os nanorobôs, poderiam ter biomotores empregando energia do próprio organismo e partes móveis não maiores que uma molécula de proteína. Alguns deles poderiam ser usados para desobstruir os vasos sangüíneos.
Biossensores para poluentes ainda não possíveis com a tecnologia vigente constituem um outro alvo da nanobiotecnologia; aplicados à saúde pública, poderiam levar à detecção de contaminantes bacterianos em água e alimentos, encontrar melhores formas de detectar baixos níveis de toxinas ou proporcionar diagnósticos laboratoriais mais rápidos.
De maneira geral, a nanobiotecnologia poderá levar à descoberta acelerada de drogas, com menor custo.
Se por um lado ainda está longe (cerca de 10, 20 anos) a viabilidade de construção de grande parte desses nanodispositivos, hoje é bastante plausível o uso de nanossistemas para veiculação de drogas e tratamento de inúmeras doenças, como os que se baseiam em lipossomos e nanopartículas. Estes sistemas ficam especialmente interessantes se forem construídos a partir de materiais magnéticos.
Uma simples injeção pode liberar milhares e até milhões de partículas magnéticas, ou nanoímãs, na corrente sangüínea de uma pessoa. Essas partículas poderiam, a seguir, ser conduzidas para uma região específica do corpo por meio de um campo magnético externo. Uma das aplicações possíveis para esse sistema constituído por nanoímãs é o transporte de drogas quimioterápicas especificamente para a área do tumor, sem que estas drogas afetem os tecidos normais. Considerando que nos dias de hoje os quimioterápicos para câncer têm que ser administrados em altas doses para que possam destruir as células tumorais e que, sendo altamente tóxicos, acabam afetando também os tecidos normais do organismo, podendo gerar até mesmo um câncer secundário, esta aplicação da nanobiotecnologia assume importância considerável. É uma forma de se obter a maximização do efeito da droga, minimizando seus efeitos colaterais.
Uma outra aplicação interessante para as nanopartículas magnéticas vem da possibilidade de associá-las a anticorpos monoclonais, moléculas feitas sob medida para reconhecer e se ligar às células tumorais. A associação de partículas magnéticas às células tumorais aumenta a sensibilidade em exames de ressonância magnética, proporcionando um diagnóstico mais precoce de metástases tumorais uma vez que, dessa forma, é possível a detecção de metástases com menos de 1mm de diâmetro, o que é impossível atualmente. Como se sabe, a metástase é um dos graves problemas associados ao câncer, pois dificulta o extermínio total das células tumorais. Quanto mais cedo puderem ser detectadas, maiores as chances de que o tratamento para o câncer venha proporcionar um resultado favorável para o paciente. Mas as vantagens desse método não cessam aí. Uma vez detectada a presença de células tumorais por sua associação com as partículas magnéticas, pode-se fazer com que estas partículas comecem a vibrar pela ação de um campo magnético externo ao organismo. Essa vibração das partículas magnéticas dissipará o calor nas células tumorais associadas, provocando sua lise e morte. O processo, conhecido como magnetotermocitólise (morte celular por calor gerado magneticamente), é, portanto, uma aplicação fantástica dos processos nanobiotecnológicos, pois leva à destruição específica de células cancerosas, sem afetar as células normais dos tecidos vizinhos.
Um dos desafios para o uso das partículas magnéticas é controlar sua rejeição pelo organismo. Para tal, elas devem estar recobertas por material biocompatível. Outro não menos importante é ligar o anticorpo às partículas magnéticas de forma que ainda continue apto a encontrar as células tumorais.
Liderada pela Universidade de Brasília (UnB), esta pesquisa em nanobiotecnologia empregando sistemas magnéticos é alvo de pesquisadores das áreas de biologia, física e química que integram parte da Rede de Pesquisa em Nanobiotecnologia (MCT/CNPq).
A nanobiotecnologia tem levado à produção de novos materiais e, como é bastante recente, os riscos para a saúde humana e ambiente ainda não estão suficientemente avaliados. Pertencendo a uma escala nanométrica, as partículas podem atravessar poros e se acumular em determinadas células. Não se tem idéia dos efeitos de uma longa permanência de partículas magnéticas dentro do organismo. Por outro lado, penetrando em bactérias, as partículas poderiam vir a fazer parte de cadeias alimentares. Alertados para a necessidade de identificar o impacto dos novos nanomateriais na saúde, nosso grupo de pesquisa tem feito inúmeros estudos para melhor conhecer o comportamento biológico desses novos materiais.
Concretizar todo o potencial da biotecnologia não será tarefa fácil. Os nanobiotecnologistas precisarão dos conhecimentos das áreas envolvidas - biologia, física, química, farmácia, engenharia - cruzar barreiras, usar as habilidades e as linguagens das várias ciências que necessitam para fazer os sistemas vivos e os artificiais trabalharem lado a lado. Precisarão também dos incentivos e investimentos no desenvolvimento da área por parte do estado e do setor produtivo.
Zulmira G. M. Lacava é pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB).
Paulo C. Morais é pesquisador do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UNB).

Nano-tecnologia e Alzheimer

 Clique no seguinte LINK para acessar a natéria:

http://www.google.com.br/#hl=pt-BR&source=hp&biw=1280&bih=549&q=alzheimer+-+nanotecnologia&btnG=Pesquisa+Google&aq=f&aqi=&aql=&oq=alzheimer+-+nanotecnologia&gs_rfai=&fp=90f65ad7da748e6d

Manto da invisibilidade agora possível devido à nano-tecnologia



Ao que parece a nano tecnologia actualmente está virada para um dos poderes mais desejados dos super heróis, a invisibilidade. Ainda no mês passado foi revelado um revestimento nano-tecnológico que permite tornar os aviões invisíveis ao radar. Agora com aos avanços tecnológicos actuais, a ciência, dá-nos a possibilidade de obter meta-materiais composto de uma folha tipo rede-de-pesca, contendo furos com cerca de 100 nanómetros de diâmetro, o que permite tornar os objectos invisíveis.
Apesar de tudo, a invisibilidade está longe de ser o ponto fulcral desta pesquisa, realizada na Universidade Purdue no Birck Nanotechnology Center. Revelado na 5 ª edição da revista Nature de Agosto, os investigadores de Purdue abordaram uma das principais limitações dos meta-materiais em dispositivos óptico: a absorção de demasiada luz pelos metais nos meta-materiais.
Segundo é citado no site PhysOrg.com: Vladimir M. Shalaev, Purdue’s Robert e Anne Burnett explicaram a importância desta tecnologia, e a possibilidade de ser implementada em diversas aplicações.
Os meta-materiais têm atormentado os pesquisadores durante anos com seu índice de refracção igual ou inferior a zero, que prometia avanços extraordinários no campo da óptica de transformação, mas estes materiais absorviam demasiada luz. Com esta pesquisa, algumas das aplicações que tinha sido discutidas e postas de parte, voltaram novamente à mesa, como por exemplo: a “hyperlente plana” que permitiria criar “microscópios ópticos 10 vezes mais potentes e capazes de observar objectos tão pequenos quanto o ADN.”
Segundo Vladimir M. Shalaev, “O que é realmente importante é que o coeficiente de absorção é apena um milionésimo do que era antes de usar a nossa abordagem”, Shalaev disse ainda ”Podemos até ter amplificação de luz em vez da sua absorção. Aqui, pela primeira vez, nós mostramos que os meta-materiais podem ter um índice negativo de refracção e amplificar a luz.”
Quanto à possibilidade de nos tornamos super heróis e lutarmos contra o crime munidos do nosso fato, ou manto da invisibilidade, é algo que não creio que venha a acontecer, mas quem sabe um dia o homem-invisível salta dos ecrãs para a realidade… quanto mais não seja, para não ser visto pela mulher, a entra no quarto depois de uma noitada com os amigos.
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tribunal de Justiça de MS derruba censura contra Midiamax no caso Uragano


Celso Bejarano e Éser Cáceres
A Seção Criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) restabeleceu a liberdade do jornal Midiamax para publicar reportagens sobre as investigações da Polícia Federal da Operação Uragano, que pôs na cadeia 29 pessoas por suposta ligação com uma quadrilha que fraudava licitações públicas.
A última matéria acerca do assunto, exibida no dia 30 de setembro passado, ganhou esse título: “Puccinelli [governador reeleito] e Girotto [deputado federal eleito] seriam os donos da CGR, empreiteira que domina as obras do Estado”.
A censura caiu porque a Seção Criminal do TJ-MS acatou o agravo regimental em denúncia movido pelos advogados do Midiamax. O recurso levou dois meses para ser apreciado.
A reportagem que citava o governador reeleito e Edson Giroto, deputado federal eleito, como supostos donos da empreiteira CGR foi publicada na tarde do dia 30 de setembro passado e, já às 22 horas daquele dia, com uma liminar , retirada do ar.
O pedido para tirar do ar o material partiu de um recurso judicial movido pelo empreiteiro Carlos Gilberto Recalde, um dos donos da CGR Engenharia Ltda.
Recalde foi uma das 29 pessoas presas na Uragano. Ele foi solto depois e hoje responde processo por suposta participação na quadrilha que fraudava licitações.
O ex-prefeito de Dourados, o vice e 9 dos 12 vereadores também foram presos pela PF durante a operação.
No agravo regimental movido pelos advogados do Midiamax, questionou-se o fato de a censura ter atingido somente o portal de notícias.
”Ao proibir o agravante de divulgar notícias sobre a Uragano e permitir outros veículos “concorrentes” o façam, além de inviabilizar a atividade econômica da empresa jornalística, a enfraquece perante os leitores e o mercado em geral, já que retira de sua pauta assunto de irrelevância jornalística impar, que, contudo, tem sido abordado livremente por outros veículos de informação”, diz trecho do agravo.
O recurso foi acatado pela maioria da Seção Criminal. O desembargador Manoel Mendes Carli foi o relator da causa.
A transcrição das gravações dos diálogos que municiaram as investigações da PF saiu do segredo judicial por um dia, por determinação da Justiça em Dourados. Depois, foi novamente imposto o sigilo pelo TJ-MS.
Assim que caiu o segredo judicial o Midiamax obteve cópias das transcrições e, a partir dali produziu a reportagem sobre a CGR e seus supostos donos.
Na matéria foi publicado um diálogo entre o jornalista Eleandro Passaia, ex-chefe de governo da prefeitura de Dourados, Alziro Moreno, ex-procurador jurídico do município e Zé Humberto, um engenheiro da prefeitura.
Eis um trecho da conversa, registrada no inquérito da PF número 96-2010.
Passaia: Hum! É verdade que a CGR é do André?
Alziro: André.
Passaia: Do governador?
Zé Humberto: Dele e do Giroto.
Passaia: Giroto? E aquele Gilberto, o que que é? Testa de ferro?
Alziro: Não. É sócio.
Zé Humberto: É sócio. É sócio majoritário. Gilberto tá podre de rico. Começou com essa loja aí, a... há trinta e tantos anos atrás.
Passaia: E, caramba.
Zé Humberto: Aqui tudo é do Giroto... da Vale Velho, antiga Vale Velho.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Operação Vintém: Giroto pode ser intimado durante sua diplomação nesta sexta-feira

MIDIAMAX NEWS
Eliane Souza
 
O ex-secretário estadual de Obras de Mato Grosso do Sul, Edson Giroto participa nesta sexta-feira da cerimônia de diplomação de deputado federal, cargo que foi eleito, em cerimônia no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande, à partir das 18h30. 

Durante o evento ele pode receber a visita de oficiais de justiça enviados para intimá-lo como réu em ação movida depois da Operação Vintém da Polícia Federal, onde Giroto e o governador reeleito André Pucinelli, do PMDB, foram acionados juridicamente em ação de reparação de danos. Oficiais de Justiça tentam intimar Giroto desde outubro, mas não conseguem. E ele mora em Campo Grande. 

Os dois estariam implicados numa trama que incriminou o ex-deputado estadual Semy Ferraz, do PT, durante o período eleitoral de 2006. No carro de um assessor do petista, segundo a PF, puseram santinhos e notas de R$ 20. 


O advogado Celso Pereira da Silva, defensor do ex-deputado Semy Ferraz, protocolizou na tarde desta quinta-feira um pedido para que Edson Giroto seja citado pelo oficial de Justiça na cerimônia além do horário previsto no artigo 172 do Código Penal Processual (Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas). 

Porém o § -  diz que: "Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano." 

O documento foi protocolizado para encaminhamento ao juiz da 13ª Vara Civil da Comarca de Campo Grande. Juridicamente analisando, o documento pode ser indeferido pelo magistrado. Outra chance é a de que Edson Giroto evite que seja citado na cerimônia e se autointime na mesma vara.


Repercussão e o caso

A Comissão de Legislação Participativa da Câmara Federal debateu nesta quinta-feira o falso flagrante de compra de votos armado contra o ex-deputado estadual Semy Ferraz (PT) às vésperas das eleições de 2006.
Escutas da Operação Vintém, da Polícia Federal, apontaram que pessoas ligadas ao governador André Puccinelli (PMDB) teriam plantado "santinhos" grampeados a notas de R$ 20 no carro de um assessor do petista. Até hoje, ninguém foi punido pelo crime. 

Na ocasião, a Operação Vintém da Polícia Federal constatou suposta teria sido feita por André Puccinelli Junior (filho do governador), Girotto, que na época era secretário municipal de obras da Capital, Mirched Jafar Junior e Edmilson Rosa.